
SONHOS
De um modo geral só sonhamos em sono REM, mas esta fase do sono não é a única altura do sono em que sonhamos. Há uma probabilidade de até 20% da pessoa relatar um pensamento neutro como “estava a pensar em chuva” durante qualquer fase do sono se acordar durante a mesma, levando assim a pensar-se que poderia estar a sonhar.
Apesar de não haver evidências da função dos sonhos para o ser humano, começa agora a perceber-se aos poucos, que as experiências mentais que ocorrem durante o sono são processos biológicos e psicológicos verdadeiramente essenciais.
O que acontece no nosso cérebro enquanto sonhamos?
Durante os anos 50 e 60 foram efetuados estudos através da utilização de elétrodos colocados na cabeça de participantes, que deram oportunidade aos cientistas, de perceber a atividade cerebral que acontecia durante o sono REM. No entanto só no início do século XXI com o aparecimento dos registos imagéticos cerebrais, é que foi possível ver o funcionamento tridimensional da atividade cerebral durante o sono.
Ao colocar os pacientes dentro dos aparelhos de ressonância magnética, os cientistas tiveram a oportunidade de observar as extraordinárias mudanças no cérebro quando as pessoas entram e começam a sonhar. Foi possível observar as estruturas mais profundas a ganhar vida durante o sono REM e quando o sonho começava a acontecer.
Durante o sono NREM profundo, sem sonhos, a atividade metabólica geral mostra uma diminuição modesta relativamente à que é medida no indivíduo quando este está a descansar, mas acordado. Já quando o indivíduo transita para o sono REM e começa a sonhar acontece algo muito diferente. Várias partes do nosso cérebro acendem-se no aparelho de ressonância magnética, à medida que o sono REM assume o controlo indicando um aumento significativo da atividade.
O sono REM pode ser considerado um estado com uma forte ativação nas regiões visual, motora, emotiva e autobiográfica do cérebro, ao mesmo tempo que faz uma desativação de regiões que controlam o pensamento racional (córtex pré-frontal). Ocorrem 4 a 5 vezes por noite, mas esquecemos cerca de 90 a 95% dos sonhos nos primeiros 10 minutos após acordar.
Porque nos esquecemos dos sonhos?
– Em primeiro lugar as mesmas causas que conduzem ao esquecimento durante a vigília operam também durante o sonho;
– Um dos motivos pelos quais nos esquecemos de inúmeras sensações e perceções é porque elas são demasiado fracas ou porque a excitação mental ligada a elas foi excessivamente pequena, o que acontece muitas vezes com os sonhos;
– O facto de os eventos só acontecerem uma vez é também um dos motivos pelos quais nos esquecemos facilmente, e nos sonhos de facto ocorrendo apenas uma vez é um motivo para não nos lembrarmos facilmente deles;
– Outro motivo para as sensações, representações e pensamentos sejam lembrados é essencial que não permaneçam isolados, mas que sejam dispostos de forma sequencial e agrupados de forma apropriada e muitas vezes isso não acontece nos sonhos;
– Outro motivo para as pessoas não se lembrarem dos sonhos é a falta de interesse que têm nos próprios sonhos.
Assim, para que serve sonhar?
Existe um outro grupo de teorias que atribuem à mente (durante o sonho), a capacidade e a inclinação para desenvolver atividades psíquicas especiais de que, na vigília, ela é em grande parte incapaz. A ativação dessas faculdades costuma conferir aos sonhos uma função utilitária. O sonho serve para nos defendermos, para nos treinarmos para situações adversas, para acontecimentos que poderiam acontecer na vida real. No entanto estas teorias podem ser controversas e nem todos os investigadores concordam com elas. No entanto ocorrendo os sonhos maioritariamente na fase REM do sono e sabendo que esta está intimamente ligada ao processo de memorização pode considerar-se que são parte deste processo.
Características dos sonhos
Todo o material que compõe o conteúdo de um sonho é derivado, de algum modo, da experiência, ou seja, foi reproduzido ou lembrado no sonho – ao menos isso podemos considerar como de facto indiscutível.
É possível que surja, no conteúdo de um sonho, um material que, no estado de vigília, não reconhecemos como parte do nosso conhecimento ou da nossa experiência. Lembramo-nos, naturalmente, de ter sonhado com a coisa em questão, mas não conseguimos lembrar, se ou quando, a experimentamos na vida real.
Nos sonhos não inventamos nada, são sempre imagens já visualizadas.
Pesadelos
Estes sonhos ocorrem geralmente na fase REM e mais no final da noite. A pessoa lembra-se do sonho e usualmente é uma situação de perigo e que causa grande stress obrigando a pessoa a acordar.
Terrores noturnos
Ocorrem geralmente fim do sono NREM. A pessoa pode gritar e gesticular de olhos abertos, com uma expressão aterrorizada, usualmente sem lembrança da situação. Frequente nas crianças, podendo ocorrer em adultos.
MELHORAR O SONO
– Barulho – Evitar dormir em locais com muito ruído e promover um ambiente silencioso para descansar;
– Conforto – Adotar uma posição e estar num local confortável para dormir é meio caminho para um descanso reparador;
– Rotinas Regulares – Ao ter horários certos para dormir e fazer as refeições faz com que o sono seja mais descansado;
– Temperatura – O local onde dormimos deve ser fresco e arejado;
– Alimentação – Devemos ter uma boa alimentação e não devemos comer muito imediatamente antes de ir dormir;
– Mente Descansada -Devemos adotar práticas para descansar a mente, como técnicas de relaxamento, meditação, leitura, ouvir música calma;
– Sol – Receber luz solar todos os dias durante o dia ajuda a promover uma noite descansada de sono;
– Exercício Físico – Devemos fazer exercício físico diariamente, mas não imediatamente antes de ir dormir.
Obrigada por teres lido até ao fim. Se tiveres comentários ou perguntas envia-me um email ana.cecilia.autora@gmail.com
Este artigo teve inspiração nos livros “Porque Dormimos?” de Matthew Walker e “A Interpretação dos Sonhos” de Sigmund Freud
Uma resposta
Viva Professora.
Ler este artigo, ajuda muito pessoas como eu.
Vou tentar ser mais controlado nos meus hábitos
Obrigado